3.6.11

Daquilo que fica

Aquele ali passou pelos meus 18 anos, me tirou o medo, me fez sentir bonita. Aquele outro soube me abraçar quando eu mais precisei, me fez sentir mulher, linda e desejada. Esse, que aqui está, ancorado na sala principal das lembranças, me mostrou um terreno que eu não conhecia. Um terreno macio, cheirando a flor, com riacho correndo ao fundo. Me deu a mão, enxugou minhas lágrimas, me fez rir, me fez sonhar com casa, jardim e criança.

Mas um dia, sua falta se fez tão presente, que só coube a ele se mudar do vagão para-sempre para o vagão é passado e ponto. Os cômodos ficaram apertados, tamanha era a tristeza. Os olhos nem querendo enxergar mais o que era bonito.


Depois, o calendário mudou de página, agradeci. Aprendi que, cada pessoa que dança valsa no baile da minha vida, é um mestre que escreve, a giz, na folha da minha eternidade.


Eu não culpo as pessoas que preferiram mudar de vagão. Eu as liberto de qualquer acusação. A vida é feita de escolhas e de laços, não de amarras nem de nós.


Hoje eu me amo, porque elas me amaram um dia. Elas passaram. Eu continuo aqui, me amando mais que o permitido, tendo um caso de amor comigo mesma, dando chances para um monte de gente aprender, através de mim, o caminho que eu sei de cor: aquele, do amor próprio, costurado com a linha do tempo, com cores que não desbotam.

4 comentários:

  1. das belezas que os olhos não se cansam..visitar teu canto vai ser sempre uma delas!

    Um beijo, lindeza!!

    Bom final de semana pra ti!

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  2. menina como vc é linda!
    bjokas...

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  3. Olá!
    Raras vezes li um texto tão lindo. Acho que muitas pessoas também passaram assim pela minha vida> com a diferença leve de que dançaram tango.
    Um beijo.

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'Que seja doce o que vier. Pra você, pra mim.'